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quarta-feira, 2 de março de 2011

Política do pão e circo. Prática que ficou na história?

Amigos, depois de muito tempo. Voltei. Não com texto próprio. Decidi postar este texto que por sinal é um dos melhores que já li na vida que fala sobre a política do Pão e Circo. Tirem um tempo e leiam, texto interessante! Créditos para Odara Martins.

Nas aulas de história aprendemos que Roma teve três fases políticas: Monarquia, República e
Império. A fase do Império perdurou durante muitos e muitos séculos, mais precisamente de
27 A.C. até 476 A.C.

Durante este período, os imperadores (ou césares, como eram conhecidos) tinham total
domínio sobre a população. Ave César! Era Deus no céu, e o imperador na terra... E foi
também neste período que surgiu a prática da chamada política do pão e circo. Quem nunca
ouviu falar nessa expressão, que vem do latim Panis et circenses?! Pois vamos explicar do que
se trata.

Os imperadores abusavam constantemente da população: cobrando taxas exorbitantes de
quem não tinha nem o que comer, protegendo as pessoas que faziam parte das camadas mais
ricas da sociedade; o imperador controlava a religião, controlava o exército, tudo mais o que
pudesse ser controlado. O crescimento urbano exacerbado trouxe inúmeros problemas sociais
para Roma. A escravidão gerou miséria na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus
empregos.

Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de melhores
condições de vida.

Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador que
dominava na época, Otavio Augustus, criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer
aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores,
espetáculos com animais, e punições de criminosos em praças públicas e também nos estádios
(o mais famoso é o Coliseu de Roma, conhecido na época como Anfiteatrum Flavius). Além
desses espetáculos bizarros para entreter a população, eram distribuídos alimentos – o
pão e uma cota de trigo mensal. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os
problemas da vida, diminuindo as chances de revolta. Foram feitas tantas festas para manter
a população sob controle, que o calendário romano chegou ao absurdo de somar mais de 150
feriados por ano.

Desde que não faltasse o alimento, e nem a diversão, a população não tinha porque reclamar
do imperador. E sim seguir adorando e idolatrando tudo o que ele fizesse.

--

Muitos séculos depois, no Brasil colonial, tínhamos uma outra política muito comum e que
você também deve se lembrar das aulas de historia. Os escravos eram destinados ao tal do PPP
– pão, pano e pau. O “pau” seria como forma de repressão e castigo aos que se rebelassem
contra o regime e as regras vigentes na época.

Isso sem falar em tantas outras formas de abuso que já ocorreram em diversos momentos da
história, e em diversas partes do mundo.

Agora faço um questionamento.

Pense na população carente, alienada, que recebe “n” auxílios do governo.

Bolsa família + bolsa escola + água encanada de graça + televisão baratinha que se compra em
350 parcelas = eleitor conformado com sua situação de vida.

Mensalão, político corrupto, escândalo das ambulâncias, CPI dos correios, Caso da Erenice
Guerra, Apagão, crise na aviação civil... Tudo isso e muito mais é noticiado diariamente nos
telejornais. Mas acontece que logo em seguida, começa uma novela emocionante, em que
todas as pessoas são ricas e lindas, e no final de 150 capítulos, se sabe que tudo acabará bem
com todos os mocinhos e os vilãos sempre serão presos. E depois dessa novela, melhor ainda,
começa um programa mais emocionante, que relata os dramas e o sofrimento de 15 pessoas
que nunca se viram na vida, levando uma vida triste e difícil numa casa que mais parece uma
mansão, com uma piscina e várias festas para eles se livrarem do stress da convivência! Que
vida sofrida esse povo leva. Ficar falando asneira, mostrando a bunda e o peitoral malhado
na TV por três meses faz dessas pessoas verdadeiros heróis, que merecem levar pra casa
R$1.500.000,00...

Héroi não é aquele pai de família que acorda as 4 da manhã para preparar seu alimento e
pegar uma condução para ir ao trabalho, e ao final do mês voltar para casa com míseros 510
reais para alimentar as 6 pessoas que ficaram em casa e dele dependem?

Heroína não é aquela mulher que fez curso em técnica de enfermagem, que pega plantão em
3 hospitais, vive cheia de olheiras e mau humor e faz um esforço danado pra pagar a faculdade
dos filhos? Ou mesmo aquela que tem um salão no quintal de casa, e vive sendo visitada pela
vigilância sanitária, que tem que cortar um dobrado para poder pagar taxas e mais taxas e
manter seu salão funcionando dentro da lei, com um alvará que a prefeitura forneceu?

Tá na hora de repensar valores. A alienação é o primeiro passo para o conformismo, e o
conformismo só leva todo mundo junto pro buraco! Vamos falar de política, pensar em
política, discutir onde queremos chegar. Se todo mundo se omitir, os que mandar errado vão
continuar mandando, e os que querem fazer diferente nunca terão a chance de chegar no
poder e ao menos tentar mudar o rumo das coisas.

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